quinta-feira, 19 de setembro de 2013

NÚCLEO DE ARTE DA OLIVA ABRE A 19 DE OUTUBRO

INSPIRING ARTS
A Oliva Creative Factory inaugura, a 19 de Outubro de 2013, o seu Núcleo de Arte, espaço vocacionado para a promoção e formação artística que pretende, no contexto do empreendedorismo criativo que é a vocação primeira da instituição, criar condições para a produção e fruição cultural na cidade.
O Núcleo de Arte da Oliva é, no contexto global deste projecto, uma instituição cultural de âmbito nacional que terá como missão sensibilizar o público para a arte contemporânea e para a expressão artística como fundamento de uma cidade criativa e inovadora, assumindo-se como espaço de debate e reflexão sobre a sociedade contemporânea e espaço de promoção e desenvolvimento cultural e criativo da região onde se insere.
Chamando a si a responsabilidade de estimular e aprofundar o conhecimento, fruição e confronto das comunidades com novas práticas artísticas, no cumprimento da sua missão, o Núcleo de Arte assume-se como um espaço integrador e inclusivo, espaço de independência e excelência, espaço educativo e lúdico, espaço questionador e desafiador, espaço pensante e criativo.
De forma mais ampla serão funções deste Núcleo de Arte garantir um destino unitário a um conjunto de bens culturais e valorizá-los através da investigação, incorporação, inventário, documentação, conservação, interpretação, exposição e divulgação, com objectivos científicos, educativos e lúdicos e facultar o acesso regular ao público, fomentando a democratização da cultura, a promoção da pessoa e o desenvolvimento da sociedade.
O Núcleo de Arte abrirá, em Outubro, com a exposição COLECÇÃO NORLINDA E JOSÉ. UMA SELECÇÃO, comissariada por Miguel Amado.





SOBRE O NÚCLEO DE ARTE
A reconversão da zona 2 da Oliva, espaço emblemático da indústria de S. João da Madeira e singular no património arquitetónico modernista, marcou um ponto de viragem, uma mudança de orientação e de paradigma na função produtiva da fábrica.
Nesta viragem, o Núcleo de Arte da Oliva Creative Factory assume um papel fundamental na antecipação de um futuro assente na valorização do pensamento criativo e na ligação entre a prática artística e outros contextos produtivos. É, por isso, um lugar de encontro de expressões, ideias e estratégias criativas de origem e motivações diversas.
Na sua génese está a convicção que a fábrica Oliva pode ser, recuperando a expressão de Jacques Ranciére, uma fábrica do sensível, onde se entrelaçam uma pluralidade de atividades humanas que se reconfiguram e contaminam numa produção partilhada de ideias e atos. O núcleo de arte surge como a ligação entre a prática artística, enquanto espaço de experimentação e interrogação em âmbitos interdisciplinares, e os campos da criatividade aplicada.
Esta coabitação é vista, hoje, como condição necessária do desenvolvimento e inovação, ao estabelecer o campo de combinações improváveis entre ideias familiares, de transformação de ideias existentes, mas também da sua aplicação e implementação no tecido social.
O Núcleo de Arte da Oliva Creative Factory tem como missão explorar a potencialidade criativa da história, do espaço e do contexto da Oliva, criar oportunidades diferenciadoras para artistas e projetos emergentes, e estimular o diálogo público com a arte e a cultura contemporâneas.
Para isso, conta com um espaço de exposições temporárias, e acolhe duas coleções únicas e incontornáveis no espaço ibérico:
A Coleção Norlinda e José Lima, composta por artistas e projetos interdisciplinares onde se cruzam o desenho, a pintura, a escultura, a fotografia e o vídeo;
A Colecção Treger/Saint Silvestre, que alberga núcleos de Arte Bruta, Artes Marginais e arte contemporânea, únicos no panorama Ibérico; e núcleos de vocação etnográfica, como a coleção de crucifixos contemporâneos e a coleção de Arte Vodu do Haiti.
É esta ideia expandida de fábrica – um espaço de (re)invenção, inovação e criatividade – que marca o novo território da Oliva.


A.R. PENCK (Ralf Winkler)
Que peut-il résulter de ce qui est système I?, 1986
Acrílico sobre tela
100 x 150 cm



COLECÇÃO NORLINDA E JOSÉ LIMA ABRE O NÚCLEO DE ARTE
Comissário convidado: Miguel Amado

O Núcleo de Arte da Oliva Creative Factory inaugura com uma exposição baseada na Colecção Norlinda e José Lima, depositada na Câmara Municipal de S. João da Madeira em regime de comodato. José Lima, reconhecido empresário de S. João da Madeira, começou este espólio em inícios da década de 1980 fruto do seu interesse e entusiasmo pela cultura. O acervo exemplifica as tendências da arte internacional e nacional criada entre o pós-II Guerra Mundial e o presente.
A Colecção Norlinda e José Lima compreende, actualmente, cerca de 1000 obras. Integram-na mais de 100 artistas estrangeiros e portugueses, dos quais se destacam Andy Warhol, Joseph Beuys, Antoni Tàpies, Malangatana, Cindy Sherman, Kcho e Damien Hirst, bem como Paula Rego, Julião Sarmento e Miguel Palma. Compõem-na disciplinas tão diversas quanto pintura, desenho, escultura, fotografia e vídeo.
A exposição traça uma panorâmica da Colecção Norlinda e José Lima. Como é típico do coleccionismo privado, tanto a nível nacional como internacional, este acervo define-se pelo seu ecletismo, cruzando gerações e estéticas. A exposição reflecte esta característica. Assim, reúne numerosos artistas estrangeiros e uma selecção de artistas portugueses filiados em tradições distintas e protagonistas de práticas plurais.
A exposição enuncia as singularidades da Colecção Norlinda e José Lima. Ao contrário da generalidade dos acervos privados existentes em Portugal, este tem obras de múltiplos artistas estrangeiros. Simultaneamente, alguns destes artistas estrangeiros provêm de geografias “emergentes”, complementando artistas radicados no Ocidente que constituem o corpo central da maioria dos acervos privados e mesmo públicos.
A apresentação das obras alicerça-se nas afinidades electivas verificadas entre si. Assim, propõe não uma narrativa, mas “constelações” de imagens, formas, assuntos e questões. Por exemplo, o gestualismo na pintura convive com a auto-representação na fotografia. As associações são históricas, nalguns casos, e visuais, noutros, balançando entre o expectável e o inesperado. Tal lança um olhar inovador sobre a Colecção Norlinda e José Lima.



DAMIEN HIRST
The Hours Spin Skull, 2008
Tinta plástica brilhante sobre crânio
em plástico, mostradores de relógio
 e CD See the Light, dos The Hours
17,1 x 15,2 x 22,5 cm
JOSEPH BEUYS
Portrait of Joseph Beuys at the Solomon R. Guggenheim Museum 
 (Alfred Eisenstaedt/Time & Life Pictures/Getty Images), 1979
Prova gelatina e prata
61 x 50 cm

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